_ Mahatma Gandhi identifica 7 erros da humanidade:
Riqueza sem trabalho; Prazer sem consciência; Conhecimento sem carácter; Comércio sem moralidade; Ciência sem humanidade; Adoração sem sacrifício; Política sem princípios. De forma semelhante, o professor e psicoterapeuta António Branco Vasco identifica 7 pares de necessidades psicológicas vitais, para as quais deixo o alerta: (Prazer - dor) Procura o prazer, mas tolera a dor e percebe o seu significado; (Proximidade - Autonomia) Equilibra-te entre a proximidade e a autonomia; (Produtividade - Lazer) Investe nas coisas, produz, mas não te esqueças de o complementar com momentos de lazer, relaxamento; (Controle - cedência) Controla o que está ao teu alcance, mas não te esqueças de ceder quando é preciso; (Actualização/Exploração - Tranquilidade) Procura o novo, actualiza-te, sem descurar a tranquilidade de desfrutar do que já é teu; (Coerência do self - Incoerência do self) Procura ser coerente contigo próprio, sabendo ao mesmo tempo tolerar incoerências ocasionais; (Auto-estima - Auto-crítica) E estima-te sempre, mas identifica os teus erros e tolera e aprende com as tuas insatisfações pessoais.
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_ Assertividade é um conceito que tem ganho relevo nos últimos anos, mas apercebo-me que nem sempre é bem interpretado.
De uma forma simples, assertividade é a capacidade social de afirmar os próprios direitos não violando, ao mesmo tempo, os direitos dos outros. Tenho contudo a sensação que uma amostra significativa de pessoas apreendeu bem a parte da afirmação dos direitos do próprio, mas como que apagou o lado que contempla o respeito pelos direitos dos outros, e portanto associa assertividade a uma postura egoísta e arrogante, chegando a comentar “sou demasiado assertivo e isso causa-me problemas”. O que é afinal a assertividade? Eu gosto de a colocar num contínuo entre os polos da passividade e da agressividade. Se delinearmos uma linha com a passividade num extremo e a agressividade no outro, o comportamento assertivo passeia-se por esta linha, por vezes aproxima-se mais de um extremo, por vezes mais do outro, mas nunca chega a atingir nenhum dos polos, nem fica indefinidamente na mesma posição. O que é que justifica a mudança de posição na linha? A situação. A assertividade envolve expressar pensamentos, sentimentos e crenças de maneira directa, clara, honesta e apropriada ao contexto. Ou seja, num contexto tranquilo, sem grandes ameaças à minha identidade, aos meus direitos, o comportamento adequado (assertivo) aproxima-se mais do polo da passividade, numa postura receptiva, de permissão da proximidade do outro, com as defesas em baixo; num contexto hostil, em que os meus direitos são ameaçados e a minha identidade é desrespeitada, o comportamento adequado (igualmente assertivo porque de acordo com a situação) aproxima-se mais do polo da agressividade, em que as minhas defesas estão alerta e coloco limites à proximidade do outro no sentido de me proteger. Mas voltemos ao comentário “sou demasiado assertivo e isso causa-me problemas”. O que é que isto pode significar? Das duas uma, ou não estou a ser assertivo, numa postura de defender os meus direitos mas já de uma forma agressiva por não estar a contemplar os direitos do outro, ou estou perante um outro particularmente frágil, que se sente atacado sem o ser e que responde de volta atacando. Um terceiro cenário, para o qual peço especial atenção, é uma combinação dos dois, em que o outro se sente atacado não o sendo, eu me ressinto do ataque dele em resposta, e respondo eu atacando também. Neste jogo de lutas não se preocupe em perceber quem começou, assuma a coragem de lhe por um ponto final, protege-se a si e ao outro, aí então está a ser assertivo. _Assertividade é a capacidade social de afirmar os próprios direitos não violando, ao mesmo tempo, os direitos dos outros. Comumente está associada a uma postura intermédia entre a passividade e a agressividade, no entanto, a assertividade envolve expressar pensamentos, sentimentos e crenças de maneira directa, clara, honesta e apropriada ao contexto. Neste último sentido, uma postura assertiva implica a flexibilidade de nos movimentarmos entre maior passividade ou maior agressividade consoante a situação requer e desde que nem os nossos direitos nem os direitos dos outros estejam a ser desrespeitados. _ (adaptado da Wikipédia)
_ Empatia é a capacidade de reconhecer/compreender ideias, sentimentos e motivações dos outros. Podemos diferenciar três níveis: - uma capacidade afectiva para compreender e partilhar sentimentos dos outros; - uma capacidade cognitiva para compreender perspectivas e pontos de vista alheios; - e uma capacidade comunicacional de transmitir de forma verbal e não verbal a compreensão desses sentimentos e ideias. _(adaptado da Infopédia)
A importância do afecto
Neste dia de S. Valentim, estejamos ou não enamorados, que possamos reflectir sobre o espaço que damos na nossa vida às relações com aqueles que nos são próximos/importantes, o espaço que damos ao dar e receber afecto. E este binómio é muito importante, investir apenas no dar ou apenas no receber desequilibra as relações, empobrece-as. Com o tempo, o risco é que o que só dá comece a sentir-se pesado de carregar a relação há tanto tempo, desvitalizado; e o habituado a só receber corre o risco de não perceber a mudança e ter dificuldade em se adaptar à nova necessidade de também dar. Mas voltemos à questão inicial, quanto espaço se dá na sua vida para investir, alimentar as relações? Quanto tempo se dá para tomar café com amigos? Quanto tempo se dá para fazer actividades em família? Quanto tempo se dá para contar a um outro significativo o seu dia, as suas alegrias, as suas frustrações? Quanto tempo se dá para ouvir o dia, as alegrias e as frustrações deste mesmo outro? Quanto espaço se dá para reflectir sobre como está a sua relação amorosa, as suas relações sociais, as suas relações familiares? E quando percebe que alguma coisa está a mexer consigo de uma forma desagradável, quanto espaço se dá para perceber o que é que se passa, onde é que mexe, o que é que significa? Quão disponível está para dar afecto, colo? Quão disponível está para os receber? Diz-nos Sidney Blatt, um investigador que há vários anos estuda o binómio autonomia e proximidade, que o desenvolvimento saudável da nossa individualidade é favorecido por um desenvolvimento saudável da nossa capacidade de nos ligarmos aos outros. Não descuremos então a importância do afecto. Disponibilizemo-nos para a dança do dar e receber. _ Eu sei, eu sei, dois grandes palavrões; mas passo a apresentá-los.
De uma forma simplista, poderíamos dizer que há duas motivações base para procurar terapia: “Ajude-me a voltar a ser o que era”, ou “Não gosto da minha vida, ajude-me a mudá-la”. O primeiro discurso é o discurso do Sr. Homeostase, que procura recuperar o equilíbrio inicial, voltar ao estado de base; o segundo discurso é o discurso do Sr. Homeogénese, que também procura equilíbrio, mas integrando as novas exigências/desafios e as novas conquistas numa nova versão de si. De certa forma o Sr. Homeoestase anda à procura de recuperar o passado, e o Sr. Homeogénese anda a tentar preparar-se para o futuro. Ao Sr. Homeoestase eu tenho o cuidado de alertar que voltar ao que era implica continuar vulnerável ao tipo de coisas que o trouxeram ao que está hoje. Ao Sr. Homeogénese eu tenho o cuidado de sensibilizar para o risco de perder o rumo caso não integre o que ficou para trás. Com qual dos senhores gosto mais de trabalhar? Eu cá confesso que eu gosto mesmo é quando eles se cruzam na sala de espera e começam a trocar ideias. Porque é quando me chegam preparados para integrar o passado numa narrativa presente que os ajude a construir um futuro diferente, que eu sei que chegaremos a bom porto. |
Autora
Joana Fojo Ferreira Acompanhe as atualizações nas redes sociais
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