JOANA FOJO FERREIRA
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Entre a individualidade e a conexão aos outros

19/1/2012

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_ A psicologia ocidental preconiza, tradicionalmente, o desenvolvimento da autonomia, independência e identidade individual, em detrimento do relacionamento com os outros; o contrário é atribuído às culturas não ocidentais.

Sidney Blatt, ao longo de vários anos de estudo, articulando conhecimento das áreas da biologia, antropologia e psicologia, tem vindo a mostrar que a individualidade e o sentido de ligação aos outros se desenvolvem de forma interligada, em que níveis mais elevados de desenvolvimento pessoal possibilitam níveis mais elevados de ligação interpessoal e vice-versa.

Defende Blatt que o desenvolvimento de uma personalidade saudável implica uma ênfase complementar e equitativa entre a individualidade e a ligação aos outros, e isto tanto nos homens como nas mulheres. É necessário desenvolver um sentido de identidade mais abrangente, que inclua tanto um sentido estável e realista de si como eficaz e competente, como a capacidade de se relacionar com os outros de forma mútua, recíproca e íntima.

Não descure uma esfera em detrimento da outra, invista nas duas, até porque o desinvestimento de uma delas prejudica o desenvolvimento saudável da outra.

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Sobre a ansiedade

14/1/2012

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_ Go to the heart of danger for there you will find safety
[Vai ao coração/âmago do perigo, lá encontrarás segurança]
Provérbio Chinês

_Proponho uma reflexão sobre o que são e de onde vêm as perturbações da ansiedade.
A ansiedade é matreira: dirige a nossa atenção para as nossas sensações corporais ou para estímulos externos percepcionados como perigosos, para esconder o significado implícito deste medo exagerado. A pessoa ansiosa como que foge de si própria, desenvolve estratégias de evitamento que se materializam nos sintomas de ansiedade e, neste esforço de evitar o contacto com as suas feridas psicológicas, vai reforçando mais e mais a sua percepção negativa de si.

Como é que se desenvolve uma perturbação da ansiedade?
Cada vez mais se reconhece que as perturbações da ansiedade têm origem em experiências de vida dolorosas: experiências traumáticas, traições por outros significativos, respostas ineficazes a acontecimentos de vida, entre outros. Estas experiências criam feridas do self, percepções negativas de si, como incapaz de lidar com os desafios da vida, e estas feridas são tão poderosas, estão tão presentes na vida das pessoas (embora de uma forma implícita, não consciente), que as tornam hipersensíveis a qualquer situação no presente que se assemelhe de alguma forma a estas memórias dolorosas, que active a ferida. No esforço de prevenir a exposição a estas feridas, desenvolvem-se estratégias de protecção desadequadas, que são os sintomas mais visíveis da ansiedade.

Como é que se quebra este ciclo de sintomatologia ansiosa?
Apesar destes comportamentos de protecção desadequados trazerem algum alívio imediato por impedirem o contacto com as feridas, tendem a agravar o sofrimento por reforçarem a perspectiva negativa de si, como incapaz, desadequado, vulnerável…
Apesar do sofrimento imediato que acarreta entrar em contacto com as nossas feridas psicológicas e com as memórias dolorosas que lhes deram origem, é este contacto, no seio de uma relação terapêutica segura e apoiante, que permitirá atender a elementos adaptativos que não foram anteriormente processados e recuperar uma imagem de si mais positiva, capaz de mobilizar recursos para lidar de forma eficaz com os desafios da vida.

Confie no provérbio chinês, é no âmago do perigo que encontrará a segurança.

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Que hábitos mentais cultivamos?

8/1/2012

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Deixo-vos o link para uma conferência TED de uma neurocientista que estuda os processos neuronais associados à meditação e que deixa uma ideia muito interessante sobre como podemos promover o nosso bem-estar.

A ideia é que as qualidades psicológicas, como a generosidade, o cuidado, a perseverança,… não são características que ou temos ou não temos, mas são sim hábitos mentais que podemos cultivar, praticar momento-a-momento. O nosso bem-estar não tem tanto a ver com termos tudo aquilo que queremos mas muito mais com o que habituamos o nosso cérebro a processar, a forma como programamos o nosso cérebro para nos ver a nós próprios e ver os outros e o mundo.

Se pensarmos na tendente facilidade com que identificamos os nossos defeitos e na dificuldade com que identificamos as nossas qualidades, percebemos como a cada momento alimentamos o nosso cérebro a ver-nos de forma negativa.

Nós podemos tornar-nos as pessoas que admiramos, treinando/praticando as qualidades que apreciamos.

_http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=TR8TjCncvIw

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Sobre a velocidade

7/1/2012

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_ " (...) Estou ao volante e, pelo retrovisor, observo um automóvel que vem atrás de mim. A luzinha da esquerda pisca e todo o automóvel emite ondas de impaciência. O condutor espera o ensejo de me ultrapassar; espreita esse momento como uma ave de rapina espreita um pardal.
Vera, a minha mulher, diz-me: “ Todos os cinquenta minutos morre um homem nas estradas de França. Olha para eles, para estes doidos todos que correm à nossa volta. São os mesmos que sabem mostrar-se de uma prudência absolutamente extraordinária quando vêem assaltar uma velha na rua, mesmo diante dos olhos. Como é que podem não ter medo quando estão ao volante?”

Que responder? Talvez o seguinte: o homem inclinado para a frente na sua motorizada só pode concentrar-se no segundo presente do seu voo; agarra-se a um fragmento do tempo cortado tanto do passado como do futuro; é arrancado à continuidade do tempo; está fora do tempo; por outras palavras, está num estado de êxtase; nesse estado, nada sabe da sua idade, nada da mulher, nada dos filhos, nada das suas preocupações e, portanto, não tem medo, porque a fonte do medo está no futuro, e quem se liberta do futuro nada tem a temer.
A velocidade é a forma de êxtase com que a revolução técnica presenteou o homem. Ao contrário do motociclista, quem corre a pé continua presente no seu corpo, obrigado ininterruptamente a pensar nas suas bolhas, no seu ofegar; quando corre sente o seu peso, a sua idade, mais consciente do que nunca de si próprio e do tempo da sua vida. Tudo muda quando o homem delega a faculdade da velocidade numa máquina: a partir de então, o seu próprio corpo sai do jogo e ele entrega-se a uma velocidade que é incorpórea, imaterial, velocidade pura, velocidade em si mesma, velocidade êxtase.
Curiosa aliança: a fria impessoalidade da técnica e as chamas do êxtase. (...).

Porque terá desaparecido o prazer da lentidão? (...) No nosso mundo, a ociosidade transformou-se em desocupação, o que é uma coisa muitíssimo diferente: o desocupado sente-se frustrado, aborrece-se, procura constantemente o movimento que lhe faz falta.

Olho para o retrovisor: sempre o mesmo automóvel que não consegue ultrapassar-me por causa da circulação em sentido contrário. Ao lado do condutor, está sentada uma mulher; porque é que o homem não lhe conta qualquer coisa engraçada? Porque não lhe põe a palma da mão no joelho? Em vez disso, amaldiçoa o automobilista que, à sua frente , não vai suficientemente depressa, e também a mulher não pensa em tocar com a mão o condutor, conduz mentalmente ao mesmo tempo que ele e tal como ele amaldiçoa-me.”

Milan Kundera In A Lentidão
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    Autora

    Joana Fojo Ferreira
    Psicóloga Clínica

    Psicóloga Joana Fojo Ferreira
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