Se a Primavera é a estação da renovação, o Outono é a estação da libertação, a partir da qual a renovação é possível.
No Outono as árvores despem-se das suas roupas antigas, deixam de alimentar as folhas que trazem da Primavera e do Verão, que amarelecem e morrem, e deixam-nas cair por terra, libertam-se do antigo, do que já não lhes serve, do que já pesa. Também no nosso corpo se dão estas mudanças, já reparou que é no Outono que perdemos mais cabelo? De um ponto de vista psicológico, este libertar do antigo é por vezes doloroso, até percebemos que ele já não nos serve e nos pesa, mas é nosso, é o que conhecemos e é difícil expormo-nos à “nudez” do Inverno, e à incerteza e ao desconhecido do que colocaremos no lugar na Primavera. Muitas vezes no Outono damos por nós com um humor mais deprimido, em processo de luto daquilo que já não nos serve mas custa desprender. O Outono abre caminho à introspecção do Inverno a partir da qual tomamos decisões mais fundamentadas e mais adequadas às nossas necessidades sobre como nos queremos renovar na Primavera. É assustador “despirmo-nos” no Outono e olharmos verdadeiramente para dentro de nós no Inverno, para a nossa essência, mas apesar de difícil, este processo de libertação do antigo é essencial, porque é neste desprender e libertar que abrimos espaço para o novo que a Primavera virá preencher. Este Outono, aproveite para reflectir “do que é que quero e/ou preciso libertar-me?”, “o que é que eu quero e/ou preciso deixar para trás?”, “o que é que pesa, o que é que já não serve?”… E dê-se este espaço para o deixar cair, dê-se espaço também para a tristeza que poderá sentir ao deixá-lo para trás. Ciente que a tristeza não fica para sempre, o que fica é espaço para o novo que a Primavera poderá trazer.
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Autora
Joana Fojo Ferreira Acompanhe as atualizações nas redes sociais
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