A importância do afecto
Neste dia de S. Valentim, estejamos ou não enamorados, que possamos reflectir sobre o espaço que damos na nossa vida às relações com aqueles que nos são próximos/importantes, o espaço que damos ao dar e receber afecto. E este binómio é muito importante, investir apenas no dar ou apenas no receber desequilibra as relações, empobrece-as. Com o tempo, o risco é que o que só dá comece a sentir-se pesado de carregar a relação há tanto tempo, desvitalizado; e o habituado a só receber corre o risco de não perceber a mudança e ter dificuldade em se adaptar à nova necessidade de também dar. Mas voltemos à questão inicial, quanto espaço se dá na sua vida para investir, alimentar as relações? Quanto tempo se dá para tomar café com amigos? Quanto tempo se dá para fazer actividades em família? Quanto tempo se dá para contar a um outro significativo o seu dia, as suas alegrias, as suas frustrações? Quanto tempo se dá para ouvir o dia, as alegrias e as frustrações deste mesmo outro? Quanto espaço se dá para reflectir sobre como está a sua relação amorosa, as suas relações sociais, as suas relações familiares? E quando percebe que alguma coisa está a mexer consigo de uma forma desagradável, quanto espaço se dá para perceber o que é que se passa, onde é que mexe, o que é que significa? Quão disponível está para dar afecto, colo? Quão disponível está para os receber? Diz-nos Sidney Blatt, um investigador que há vários anos estuda o binómio autonomia e proximidade, que o desenvolvimento saudável da nossa individualidade é favorecido por um desenvolvimento saudável da nossa capacidade de nos ligarmos aos outros. Não descuremos então a importância do afecto. Disponibilizemo-nos para a dança do dar e receber.
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Autora
Joana Fojo Ferreira Acompanhe as atualizações nas redes sociais
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