No programa da RTP2 Onda-Curta passaram uma curta-metragem intitulada “Tout le monde dit je t’aime” (Toda a gente diz amo-te) que reflecte de uma forma muito interessante sobre o significado do amor aos 16 anos.
E fui ficando a questionar-me: O que é isto do amor? Como é que se lida com o “amo-te”? O giro da curta é que mostra duas adolescentes com perspectivas muito diferentes do “amo-te”: uma que acredita que a expressão tem significado e é forte, a apaixonada, que vive ela própria este sentimento; e a descrente, a quem nunca o disseram, e que defende que “amo-te” é como uma palavra mágica – não significa nada, toda a gente o diz, e ainda por cima tem a particularidade de encurralar, afinal de contas o que é que se responde a um “amo-te”que não seja “eu também”? E depois quando é que se pára? Temos que dizer “amo-te” para sempre? Como é que se sabe que se ama? Quando é que faz sentido dizê-lo? Há um tempo mínimo antes do qual é parvoíce? E se se espera demais? Não tenho resposta a estas questões. O que tenho é a imagem destas duas adolescentes a seguirem direcções opostas e a gritarem “Eu amo-te” uma à outra, à medida que se afastavam, com um sorriso, um prazer que transbordava por todo o corpo. E a realidade é que parece que, mais do que um pensamento, e estejamos nós a dizê-lo ou a recebê-lo, “amo-te” é um sentimento que percorre todo o nosso corpo com um misto de aperto e de euforia. “Amo-te” lê-se no corpo mais do que na mente. E é de facto mágico, como dizia a descrente, mas um mágico diferente, tão mágico que alguns o tememos, muitos o desacreditamos, mas todos nos deliciamos quando o recebemos daqueles que também nós amamos.
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Autora
Joana Fojo Ferreira Acompanhe as atualizações nas redes sociais
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