_ Neste dia mundial da voz, que possamos reconhecer as nossas vozes.
Sim, porque temos várias, umas mais visíveis, outras mais escondidas, umas mais agradáveis, outras mais desagradáveis; no fundo correspondem aos nossos diferentes selfs, os nossos vários lados. Há aquela voz que se faz predominantemente presente e que por consequência tende a definir-nos aos olhos dos outros, afinal é aquela que eles estão habituados a ver. Mas temos outras mais escondidas, muitas vezes somos nós que as abafamos, que temos medo de as deixar sair, mas que frequentemente têm coisas importantes a dizer, ou perguntas que é preciso reflectir. Há vozes mais recentes, há vozes mais antigas; há vozes mais adultas e vozes mais infantis; há vozes mais complacentes e vozes mais rebeldes; há vozes mais saudáveis, há vozes menos sãs; há vozes mais barulhentas e vozes mais silenciosas. Mas são todas nossas, todas merecem atenção, todas merecem um espaço na nosso vida para se pronunciarem, para expressarem o que sentem, o que gostam, o que não gostam. E é muitas vezes neste exercício de ouvirmos estas partes de nós que por vezes tendemos a calar, que descobrimos lados verdadeiramente belos, ou nem tão belos mas importantes; e que relembramos sonhos; que reconhecemos obstáculos que ultrapassámos, ou que precisamos ultrapassar; e recursos que esquecemos, forças que deixámos de reconhecer como nossas mas que estão cá; e é ao ouvirmos estas vozes que podemos reposicionar-nos na nossa vida e redefinirmos para onde é que queremos ir. Há aquela velha ideia que não vale a pena procurar lá fora, tudo o que precisamos está dentro de nós; pois é verdadeira, procure dentro de si, oiça-se mais.
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Autora
Joana Fojo Ferreira Acompanhe as atualizações nas redes sociais
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