JOANA FOJO FERREIRA
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A experiência subjectiva do paciente

27/8/2012

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O paciente, por seu lado, atravessa uma série de estados de consciência muito mais complexos, que nós apenas podemos sugerir. Esquematicamente, talvez os seus sentimentos assumam uma das seguintes formas: "Tenho medo dele. Preciso de ajuda, mas não sei se posso confiar nele. Talvez ele veja em mim coisas de que não tenho consciência - elementos terríveis e maus. Ele não parece estar a julgar-me, mas estou certo de que o faz. Não posso dizer-lhe o que realmente me preocupa, mas posso falar-lhe de algumas experiências passadas relacionadas com estas minhas preocupações. Ele parece que compreende estas experiências, logo, posso abrir-me um pouco mais com ele".
"Mas agora que partilhei com ele um pouco deste meu lado mau, despreza-me. Tenho a certeza disso, mas é estranho que tal coisa não seja evidente. Será que por acaso o que lhe contei não é assim tão mau? Será possível que eu não tenha necessidade de me envergonhar de uma parte de mim mesmo? Já não tenho a impressão de que ele me despreze. Isto dá-me vontade de ir mais longe, na exploração de mim, de falar um pouco mais sobre mim. Vejo nele uma espécie de companheiro - parece realmente compreender-me".
"Estou novamente cheio de medo, mas agora mais profundo. Não me apercebia de que, ao explorar os recantos incógnitos de mim mesmo iria sentir impressões que nunca tinha experimentado. Isso é muito estranho porque, num certo sentido, não são sentimentos novos. Pressinto que sempre lá estiveram. Mas parecem tão maus e inquietantes que eu nunca lhes tinha deixado livre curso. E agora, quando vivo esses sentimentos durante o tempo que passo junto dele, sinto vertigens, como se o meu universo se desmoronasse à minha volta. Antigamente, ele estava seguro e firme. Agora está abalado, permeável e vulnerável. Não é agradável sentir coisas de que sempre se teve receio até agora. A culpa é dele. É, no entanto, curioso que tenha desejo de voltar a vê-lo e que me sinta em maior segurança com ele".
Já não sei quem sou, mas, por vezes, quando sinto realmente determinadas coisas, tenho a impressão, durante um momento, da minha solidez e da minha realidade. Sinto-me perturbado pelas contradições que descubro em mim mesmo - ajo de uma maneira e sinto de outra. É realmente desconcertante. Mas, outras vezes, é uma aventura sublime tentar descobrir quem sou. Por vezes dou por mim a julgar que talvez eu seja uma boa pessoa, se é que isto tem algum significado".
"Começo a sentir muita satisfação, embora isso me seja muitas vezes difícil, em partilhar precisamente o que sinto em determinado momento. Sabem, ajuda realmente tentar ouvir-se a si mesmo, ouvir o que se passa no nosso íntimo. Já não tenho tanto medo do que se está a passar em mim. Sinto-me mais confiante. Durante as poucas horas que passo com ele, mergulho em mim mesmo para descobrir o que estou a sentir. É um trabalho árduo, mas eu quero saber. Durante a maior parte do tempo, tenho confiança nele e isso ajuda-me. Sinto-me vulnerável e inexperiente, mas sei que ele não me quer mal e acredito mesmo que se interessa por mim. Ocorre-me que, ao tentar mergulhar cada vez mais profundamente em mim mesmo, se eu pudesse captar o que se passa em mim e compreender o que isso significa, talvez soubesse quem sou e soubesse igualmente o que devo fazer. Pelo menos, isso acontece-me algumas vezes quando estou com ele".
"Posso até dizer-lhe exactamente o que sinto em relação a ele num dado momento e, em vez de alterar violentamente as nossas relações, como eu antigamente receava, isso parece reforçá-las. Poder-se-á supor que serei capaz de viver igualmente os meus sentimentos com os outros? Talvez que isso também não seja muito perigoso".
"Sinto-me a flutuar na corrente da vida, a ser eu mesmo numa grande aventura. Às vezes sou derrotado, outras vezes sou ferido, mas vou aprendendo que essas experiências não são fatais. Não sei exactamente quem sou, mas penso sentir as minhas reacções num determinado momento e elas parecem-me constituir uma base de comportamento, de momento a momento, muito aceitável. Talvez seja isso o que quer dizer "ser eu". Mas, evidentemente, isso só é possível porque me sinto em segurança nas minhas relações com o terapeuta. Ou talvez seja capaz de ser eu mesmo também fora dessas relações? Talvez! Talvez possa".
O que acabei de relatar não sucede com muita rapidez. Pode levar anos. Também pode, por razões que não compreendo muito bem, não suceder nunca.
Carl Rogers In Tornar-se Pessoa
A experiência subjectiva do terapeuta
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    Joana Fojo Ferreira
    Psicóloga Clínica

    Psicóloga Joana Fojo Ferreira
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